A Síndrome de Burnout, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional, nada mais é do que um esgotamento mental. Geralmente os sintomas surgem a partir de um ambiente de trabalho tóxico. O Burnout não tratado causa um enorme impacto para a saúde física, mental e emocional, bem como para o bem-estar do indivíduo.
Este transtorno, caracterizado por um esgotamento físico e um desgaste mental, é cada vez mais comum durante o momento atual de altas demandas e ritmo acelerado de trabalho.
Dessa forma, entender e lidar com a Síndrome de Burnout, suas causas e como enfrentá-la, é essencial para preservar a saúde mental e também a eficácia na carreira profissional.
Vale ressaltar que a busca por um equilíbrio entre vida profissional e pessoal não é apenas uma prioridade individual, mas uma necessidade coletiva. A empresa que tem como objetivo um crescimento estável, precisa valorizar a estabilidade dos seus funcionários, pois a alta rotatividade dos funcionários é sinônimo de estagnação.
A Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é um estado de exaustão física, emocional e mental causado pelo estresse crônico devido às condições de trabalho negativas.
Porém, só o trabalho intenso não gera a Síndrome de Burnout. Essa condição ocorre quando as demandas profissionais exageradas não resultam no reconhecimento ou recompensa devida, prejudicando o equilíbrio do cérebro entre esforço e prazer.
Após entrar em um estado de esgotamento, o cérebo passa a selecionar a liberação de energia para atividades que realmente vão trazer prazer ou recompensa imediata. Então, obviamente, o trabalho em ambiente ruim não entra nessa lista de atividades selecionadas, gerando procrastinação e perda na capacidade de raciocínio nesse ambiente.
Além disso, apesar do termo Burnout ter relação com o ambiente de trabalho, é importante lembrar que o esgotamento mental pode ocorrer em qualquer ambiente, desde que se exerça tarefas que não gere retorno positivo ou recompensa.
Dessa forma, os mesmos sintomas podem aparecer em donas de casa onde a família não reconhece o seu valor. Ou ainda em estudantes que são obrigados a estudar sem o reconhecimento do seu esforço e sem tempo de curtir a vida com os amigos.
As causas da síndrome de Burnout fazem parte de um grupo diversificado de razões laborais e podem variar de pessoa para pessoa. No entanto, alguns fatores comuns que contribuem para o desenvolvimento do Burnout incluem:
1- Carga de trabalho excessiva: quando uma pessoa enfrenta demandas de trabalho constantes e intensas com tensão emocional, o estresse pode se acumular e levar ao Burnout.
2- Falta de controle: a sensação de não ter controle sobre as decisões que afetam o trabalho pode contribuir para o esgotamento profissional. Ambientes onde você é obrigado a aceitar as condições extremas sem poder ter o controle de horas etc podem facilitar o esgotamento mental.
3- Desbalanceamento entre esforço e recompensa: quando o esforço dedicado ao trabalho não é reconhecido ou recompensado adequadamente, a motivação e o bem-estar de cada pessoa podem diminuir.
4- Falta de apoio social: um ambiente de trabalho com pouca ou nenhuma interação social, ou suporte emocional pode exacerbar o estresse e levar ao Burnout. Na pandemia, o trabalho remoto sem o contato pessoal, facilitou a sensação de falta de propósito de equipe, gerando fadiga e desmotivação.
5- Conflito de valores: quando os valores pessoais de uma pessoa estão em desacordo com os valores ou objetivos da organização em que trabalha, pode ser difícil manter a motivação e o engajamento no trabalho.
Os principais sintomas da síndrome de Burnout podem estar relacionados a diversos fatores e, por isso, acabam variando em intensidade e situações, mas geralmente incluem:
O exemplo mais simples para entender o Burnout é você estar andando com o carro sem o radiador para esfriar o motor. Esfriar o motor seria ter reconhecimento e recompensa adequada, ter momentos de lazer e ter válvulas de escape para liberar o estresse gerado pelo trabalho.
O motor começa a fundir pelo superaquecimento, diminuindo a capacidade e a velocidade. E então, você começa a pisar mais no acelerador para corresponder às demandas, forçando mais ainda o motor.
Chega um momento que pisar mais no acelerador não gera resultado, e a capacidade do motor vai caindo gradativamente, até que você perde a capacidade de realizar qualquer atividade.
O mesmo efeito ocorre quando você está aquecendo o motor mais do que o radiador é capaz de esfriar, ou seja, quando você realiza o trabalho equivalente a 2 ou mais pessoas sem receber o devido aumento de salário.
O tratamento mais efetivo da síndrome de Burnout é não trabalhar, tirar férias, solicitar afastamento, ou em último caso pedir demissão.
Nesse período de descanso, a pessoa pode buscar pequenos prazeres para trazer a sensação de vida ao cérebro, aumentando gradativamente a capacidade de busca por maiores prazeres.
No entanto, sabemos que em muitos casos é muito difícil conseguir se afastar do trabalho, tanto pelas exigências e necessidades externas quanto as internas.
Nesse caso, precisamos realizar um tratamento que minimamente sustente a situação por um tempo, até que as condições de trabalho melhorem.
É como consertar o motor do carro, que está superaquecido, com o automóvel em movimento.
A terapia cognitivo comportamental ou o coaching profissional pode ajudar a melhorar e otimizar o seu tempo de trabalho, diminuindo o gasto energético para obter o mesmo resultado no trabalho.
As medicações podem ajudar a controlar as crises de desespero, diminuir o estresse no geral, ou em alguns casos específicos, de dar um gás por um curto período para encerrar o projeto e poder descansar.
Para prevenir e lidar com a síndrome de Burnout, considere algumas dicas que separamos para você a seguir:
Muitas vezes, a solução não é realizar o tratamento para Síndrome de Burnout, tomar medicações ou fazer alguns treinamentos para voltar a render mais no trabalho. Isso é prolongar algo que não está fazendo bem.
Na maioria das vezes, se desligar emocionalmente do trabalho, fazer uma análise profissional e racional para entender o quanto vale manter nesse emprego e também o tempo que conseguirá aguentar nesse emprego caso nada mude, é a melhor solução.
O culpado pela situação não é só do mercado de trabalho e das necessidades financeiras. Parte da culpa é de você se permitir chegar a essa situação. Caso você não mude, a mesma situação ocorrerá no próximo emprego.
Lembre, é melhor você ser demitido com a mente sã por não fazer 100% das exigências, do que ser demitido doente e sem render nem 30%.
Caso você sofra dessa Síndrome e esteja difícil de superá-la sozinho, procure ajuda de um profissional da saúde mental. Os profissionais da Ito Psiquiatria são altamente capacitados a poder ajudá-lo a enfrentar esse desafio.