Perceber uma ação compulsiva é o primeiro passo para buscar ajuda. Saiba mais sobre Transtorno da compulsão alimentar periódica, dicas para controlar e para melhorar a sua saúde física.
O Transtorno da compulsão alimentar periódica caracteriza-se por episódios repetitivos com consumo de grandes quantidades de alimentos. Como resultado, tem-se a sensação de perda de controle.
Esses episódios podem ser seguidos por ações que tendem a compensar de forma não apropriada, por exemplo, como a indução de vômitos ou o abuso de laxantes.
Outros transtornos também podem apresentar aumento da ingestão de alimentos, mas apresentam diferenças entre si.
Por exemplo, ingerir petiscos com frequência é comum no distúrbio como Transtorno de Ansiedade e Transtorno Depressivo. No entanto, nesses casos, não há ingestão de grande quantidade em curto período de tempo até o ponto de ficar com náusea.
E na compulsão alimentar geralmente o episódio ocorre em ambiente com privacidade, por exemplo, durante a noite quando consegue ficar sozinha na cozinha.
O que esses transtornos têm em comum é o ato de comer não estar ligado à fome ou falta de nutriente, mas sim ao vazio emocional e carência afetiva.
O comportamento compulsivo é todo ato repetitivo sem controle, assim como o de dependência química. No geral, o gatilho é algum estresse emocional. Como resultado, vem o desejo de preencher ou aliviar essa dor psíquica, de preferência, de forma imediata.
As pessoas com baixa tolerância à frustração e mais impulsivas, tendem a sentir essa angústia psíquica com mais frequência e intensidade e acabam partindo para mecanismos de compensação imediata e de fácil acesso. Como exemplo, podemos citar o uso de drogas, sexo, uso de internet, fuga no trabalho, fuga no sono e a fuga na alimentação.
Logo após o comportamento compensatório patológico, como o prazer é fugaz e momentâneo, vem o sentimento de culpa por não ter resistido e a sensação de fracasso.
Essa sensação ruim desencadeia a necessidade de alívio, tornando-se um gatilho para o ciclo vicioso.
Assim, não adianta tratar somente a consequência, seja comida, droga, sexo, compras ou qualquer outro prazer imediato compulsivo, é preciso que acesse as emoções de forma saudável para não gerar gatilhos para a compulsão.
Uma cirurgia bariátrica, por exemplo, terá grande chance de insucesso se não tratar o comportamento que levou à obesidade. A pessoa pode passar a ter outras compulsões, como por álcool ou compras, ou, ainda, entrar em crise de ansiedade ou depressão.
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O tratamento para compulsão alimentar tem uma abordagem multidisciplinar e de longa duração.
Um fármaco, uma dieta, uma terapia psicodinâmica ou qualquer outro cuidado ISOLADO não trarão bons resultados. Portanto, é necessário o envolvimento de diferentes profissionais, ao mesmo tempo, para poder sair desse curto circuito.
Por ser um cuidado de longa duração, é importante sua manutenção com a abordagem com a qual a pessoa mais se adaptou.
O objetivo é não ter o efeito sanfona, com melhora sem a manutenção.
1- Controlar o impulso e a compulsão com fármacos de bloqueio. Isso ajuda o paciente a conseguir pensar antes do ato e resistir em entrar no ciclo vicioso.
2- Tratar o fator emocional do gatilho, para poder lidar com a angústia e o estresse, além de tratar outros sintomas como ansiedade e depressão.
3- Diminuir a chance de entrar no ciclo de busca de prazer imediato e patológico e aumentar a chance de procurar atividades com prazer saudável. Pode-se indicar o uso de fármacos que auxiliam essa etapa do tratamento, reduzindo o prazer do vício e aumentar o prazer das outras atividades.
Durante o tratamento, faz-se necessário mudanças comportamentais e aumento do repertório de programas que despertem prazer e alegria. Essas estratégias completam o efeito do fármaco e auxiliam nos momentos de estresse do dia a dia.
Recaídas fazem parte do processo. Não tem como de repente mudar um padrão na forma de agir, só porque iniciou um tratamento com fármacos.
A recuperação se dará em etapas: Diminuiu a intensidade ou a frequência ou a sensibilidade pela gula. Dessa forma, o processo de recuperação avança até entrar na etapa de manutenção do cuidado.
A busca pelo prazer imediato é uma doença, assim como a busca pelo resultado imediato.
Tratar a compulsão alimentar pode não significar perda de peso. A mudança na balança, em geral, acontece de acordo com que o organismo guarda e quanto gasta em energia no dia a dia.
Isso não tem relação direta com o quanto se come ou o quanto se faz de programas físicos. O organismo pode estar no ritmo de anabolismo, ou seja, está absorvendo muito o pouco que a pessoa come. E, pode também estar acostumado com o estilo de programas/exercício físico, tendo um gasto mínimo de calorias mesmo correndo horas por semana.
Assim, é necessário avaliar cada caso, para encontrar o fator que se mantém para o ganho ou a não-perda de peso. Não adianta, portanto, exigir uma dieta severa ou programas físicos rígidos para todos os pacientes, sem analisar todo o desempenho fisiológico do seu corpo.
Existem fármacos que podem ajudar a mudar esse ritmo de anabolismo para catabolismo, além de auxiliar no aumento da energia para gasto calórico.
Os endocrinologistas também usam, além dessas táticas, fármacos que interferem na absorção e reserva de açúcar em nível celular, sendo, portanto, vital o auxílio em conjunto para uma melhor resposta.
Confira em nosso Blog: 5 Dicas para Controlar a Compulsão Alimentar
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Caso você suspeite que tenha Transtorno da Compulsão Alimentar periódica e esteja difícil de superá-la sozinho, procure ajuda de um profissional da saúde mental. Os profissionais da Ito Psiquiatria são altamente capacitados para lhe auxiliar a enfrentar esse desafio com acolhimento e privacidade.
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