A Organização Mundial da Saúde enfatiza que o transtorno depressivo maior é uma doença grave que mais causa incapacidade em todo o mundo e representa uma carga substancial para a saúde pública.
No entanto, as pessoas com sintomas depressivos, devido a desinformação ou a vergonha, ainda resistem em aceitar o diagnóstico e procurar ajuda. Pior ainda, muitos consideram a doença como “frescura”, “mente fraca” ou até mesmo “doença de rico”.
Os sintomas da depressão vão muito além do sentimento de tristeza. Ela afeta não somente nosso humor, energia e a sensação de prazer, mas também no bom desempenho físico do nosso corpo.
Além disso, pode comprometer no tratamento de outros transtornos clínicos, como por exemplo abaixando a imunidade, piorando a dermatite, a gastrite nervosa e até mesmo reduzindo a taxa de sucesso na recuperação de um câncer.
Existem alguns tipos de Depressão, e para cada tipo tem uma classe de antidepressivo específico para melhor tratamento do quadro. Cabe assim o psiquiatra avaliar os sintomas e definir a melhor combinação de farmacoterapia.
Transtorno Depressivo Maior (TDM): Também conhecido como depressão unipolar, é o tipo mais comum de depressão. Caracteriza-se por episódios de profunda tristeza, perda de interesse em atividades anteriormente prazerosas, fadiga, redução no sono e apetite, dificuldade de concentração, sentimentos de culpa e baixa autoestima.
Distimia: Envolve sintomas de depressão que são menos intensos do que outros tipos de Depressão, mas de forma mais prolongada e crônica. Antigamente esse tipo de depressão era considerada parte da personalidade depressiva.
Depressão Bipolar: As pessoas com Depressão Bipolar podem sentir a tristeza de forma mais intensa e profunda, e geralmente são mais difíceis de tratar e recuperar a estabilidade do humor. Esse tipo faz parte do Transtorno Afetivo Bipolar. Para mais informações, clique aqui.
Transtorno Depressivo Sazonal: Aparece geralmente no outono e inverno, devido à falta de luz solar. Os sintomas incluem fadiga, aumento do apetite e sonolência. É fundamental que nesses casos seja avaliada a deficiência de Vitamina D, já que a hipovitaminose gerada pela falta de sol pode causar sintomas de depressão.
Depressão Gestacional ou Pós-Parto: Ocorre em mulheres no período do puerpério ou após o parto e pode variar de tristeza leve a sintomas graves de depressão. Esse tipo de Depressão pode estar relacionado com a Depressão Bipolar, do Transtorno Afetivo Bipolar. Vale lembrar que existem antidepressivos que podem ser prescritos na gestação e no período de amamentação sem afetar no desenvolvimento do bebê.
O diagnóstico de depressão se dá com anamnese feita por um psiquiatra especialista.
Existe coleta de nível de serotonina no sangue, mas no caso da depressão, esse exame é pouco especifico pois qualquer pequena variação do humor ou da ansiedade gera um declínio do seu nível sérico.
Os testes e escalas auxiliam no diagnóstico, mas também não são algo necessário quando é realizado uma boa avaliação psiquiátrica.
Na consulta com o psiquiatra, descartado outros transtornos, se avalia os tipos de sintomas que tem apresentado, além do motivo para o início da depressão, para que possam trabalhar em conjunto com a terapia melhorando a qualidade de vida.
Caso só tome a medicação sem identificar o motivo do quadro, ao retirar o medicamento, pode ocorrer recaídas nos sintomas.
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É necessário pontuar que o tratamento eficaz para depressão sempre tem começo, meio e fim.
Seguindo a terapia de forma correta, com toda a certeza, não será necessário tomar a medicação para sempre, ou melhor, é errado lidar com a depressão dessa forma. O objetivo do cuidado é alcançar a cura do episódio depressivo e, em seguida, dar alta ambulatorial.
É importante lembrar que nenhum antidepressivo vicia e não causa sequelas após o período de tomara. Além disso, o antidepressivo não tem o poder de mudar a personalidade da pessoa, muito menos de fazer tomar atitudes diferentes do que tomaria normalmente.
O tratamento para depressão é dividido na resolução dos sintomas patológicos e na recuperação da vida.
Não faz sentido o paciente melhorar da tristeza, mas não ter nenhuma capacidade de buscar ou sentir prazer. E infelizmente a medicação não gera a mudança e a recuperação da vida.
Assim, a terapia para mudança comportamental pode ser recomendada, principalmente quando não há gravidade e necessidade de tomar a medicação.
A decisão de prescrever o antidepressivo vem muito com o grau de sofrimento e prejuízo gerado pelos sintomas depressivos. E como dito acima, cada paciente é único, podendo apresentar um conjunto de sintomas diferentes um dos outros, sendo necessária uma boa visão do psiquiatra em escolher o melhor antidepressivo para os sintomas e o tipo de depressão do paciente.
Todos os antidepressivos são eficazes e, no entanto, dependendo do perfil do paciente poderá ter mais tolerância ou não a algumas classes de antidepressivos.
Além disso, deve-se, também, aproveitar o “efeito colateral” ou o efeito secundário da medicação a favor do cuidado, assim como escolher a melhor associação de remédios para casos mais complexos. Por exemplo, escolher o antidepressivo que causa sonolência para os paciente que tem insônia como sintoma da depressão.
Não adianta somente tratar o quadro depressivo com medicação e não descobrir a origem da piora do estado de humor. A pessoa até pode ter melhora do quadro e alta do tratamento, mas a chance de ter uma recaída dos sintomas será alta. É preciso ter mudanças na estrutura interna e externa da sua vida.
É por esse motivo que as consultas psiquiátricas sempre demoram mais, a fim de, junto com o paciente, descobrir a origem dos sintomas e construir uma mudança e um fortalecimento psicodinâmico.
No entanto, como uma consulta médica tem suas limitações, a psicoterapia passa a exercer um papel crucial nesse processo. Esse cuidado tem como objetivo não só o desenvolvimento interno, como também, é decisivo para a manter a pessoa estável após o uso de remédios.
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