A expressão “crise de pânico” ou “ataque de pânico” evoca uma intensa carga emocional. O termo “pânico” está frequentemente associado a sentimentos de desespero, acompanhado por um sentimento de angústia e uma sensação extrema de medo. É como se algo fora de controle tomasse conta da pessoa.
Essas crises surgem repentinamente, como um furacão súbito em meio à tranquilidade, e podem causar um impacto significativo na vida do indivíduo.
Mesmo quando se faz o possível para se prevenir, elas surgem de forma avassaladora, deixando a pessoa em estado de vulnerabilidade e ansiedade intensa. A sensação de estar à mercê dessas crises pode ser esmagadora, afetando não apenas a saúde mental, mas também a qualidade de vida como um todo.
Portanto, compreender e abordar as crises de pânico pode ajudar as pessoas a recuperarem o controle sobre suas vidas e encontrar maneiras de lidar com o medo extremo que as acompanha.
Em muitos casos as crises de pânico podem estar relacionadas com transtornos de ansiedade não tratado. A piora do quadro ansioso e as consequentes crises de ansiedade, faz com que a intensidade dos sintomas aumente cada vez que tem uma nova crise.
Assim, à medida que o tempo passa, as crises passam a não se limitar apenas a sintomas psicológicos, mas também começam a apresentar outros sintomas somáticos. Isso significa que além da angústia mental, as pessoas passam a vivenciar sensações físicas avassaladoras, como palpitações cardíacas, dor no peito, tremores, falta de ar, tensão muscular e medo de morrer.
Por outro lado, em outros casos, a primeira crise pânico pode ser desencadeada por um evento traumático impactante como assalto, acidente de carro, etc. A partir desse momento, uma espécie de “gatilho” é acionado no sistema nervoso, e novas crises podem ocorrer mesmo diante de pequenos fatores de estresse. É como se o sistema de alarme do corpo ficasse mais sensível e reativo, e isso pode fazer com que situações que antes eram toleráveis se tornem motivos de crises intensas.
Quadros como fobia social e transtorno de estresse pós-traumático podem aumentar o risco de apresentar crise de pânico gerando um grande problema de saúde.
O impacto de um ataque de pânico é tão marcante, que algumas pessoas passam a viver constantemente com sintomas de ansiedade, apenas pelo temor de uma nova crise. Esse medo persistente e paralisante é o que chamamos de agorafobia, um sintoma que se desenvolve em decorrência do trauma causado pelos ataques de pânico.
A preocupação excessiva da agorafobia leva muitos indivíduos a evitar certos locais ou situações, nas quais eles acreditam que não conseguiriam controlar a ansiedade ou pedir ajuda se necessário, se sentindo vulneráveis. Essas situações costumam ser aquelas que geram a sensação de estar encurralado, como locais lotados, espaços fechados, ou situações em que há poucas saídas disponíveis.
A agorafobia não apenas limita a liberdade de ir e vir das pessoas, mas também pode ter um impacto significativo em sua qualidade de vida, impedindo-as de participar de atividades cotidianas e sociais.
Na maioria das vezes, os pacientes com Transtorno de Pânico chegam ao consultório psiquiátrico depois de passarem por diversos médicos clínicos com a crença de que tenha tido um infarto ou um AVC. Assim, é comum o paciente já ter realizado diversos exames, descartando patologias clínicas.
No entanto, caso tenha procurado o psiquiatra diretamente, é fundamental descartar problemas clínicos, que possam gerar uma descarga adrenérgica ou uma taquicardia e dispneia de forma similar às crises de pânico. Assim, na primeira consulta, podem ser solicitados exames laboratoriais, eletrocardiograma e outros com objetivo de descartar patologias como hipertireoidismo, arritmias e causas neurológicas.
Felizmente, o transtorno de pânico é, na saúde mental, um dos quadros que apresenta melhor resposta ao tratamento. Mas, caso não tratado, o indivíduo tem maiores chances de desenvolver quadros depressivos, ansiosos, dependência de álcool e benzodiazepínicos e até mesmo pensamentos suicidas.
O tratamento da crise de pânico se divide em algumas etapas:
Pode parecer um pouco complexo e demorado, mas os sintomas são fáceis de controlar com a medicação, sempre prescrita de forma pontual e em menor dose possível.
É necessário administrar medicações que tiram da crise de forma mais imediata como os ansiolíticos e medicações que alteram a recaptação de serotonina que a longo prazo diminuem e tratam a ansiedade geral, a intensidade e a frequência das crises de pânico.
Além disso, a psicoterapia como a terapia cognitivo comportamental pode ajudar a poder entender os gatilhos para a ansiedade, entender o início de uma possível crise de pânico e adquirir técnicas para controle da respiração e prevenção de uma crise.
A partir da melhora inicial, é essencial estimular o retorno à vida e dar novo sentido ao motivo que causou o medo e a crise. Dessa forma, diminui-se as chances de os sintomas não voltarem após a retirada da medicação.
E para a melhora da agorafobia, é preciso acreditar que não perderá o controle, e que situações imprevistas podem acontecer e podem gerar ansiedade, mas que isso não levará a ter uma crise de pânico.
Em alguns casos, as pessoas chegam a mudar o estilo de vida devido o medo de ter crise, mas isso pode levar ao isolamento, gerando outros transtornos mentais.
Atenção: ansiolítico camufla mas não trata o pânico!
Veja também: Tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada
Caso você suspeite que tenha Crise de Pânico e esteja difícil de superá-la sozinho, procure ajuda de um profissional da saúde mental. Os profissionais da Ito Psiquiatria são altamente capacitados para lhe auxiliar a enfrentar esse desafio.