Como ajudar o familiar depressivo?

familiar depressivo

A Depressão é uma doença silenciosa que acomete milhões de pessoas no mundo inteiro. O paciente muitas vezes acaba lutando contra a doença de forma solitária, sem saber como pedir ajuda, apresentando grande dificuldade de recuperação sem o apoio da família.

Neste contexto, existe uma grande dificuldade das pessoas próximas em lidar com um familiar depressivo, por mais boa vontade que tenha. Por isso, vamos citar nesse texto alguns pontos chaves para compreensão e dicas de como ajudar uma pessoa depressiva.

O que sente uma pessoa depressiva?

Depressão como dito anteriormente é uma doença silenciosa. Ela vai modificando gradativamente o modo como o paciente enxerga o mundo. É como se visse o mundo sempre com um óculos de sol, sem conseguir ver cor ou brilho no dia.

Assim, gradativamente a vida passa a não ter mais graça, acomentendo a vontade de viver.

Ou seja, não é preguiça, falta de amigos, falta de atividade, mas sim uma alteração fisiológica da percepção sobre a vida. Pode apresentar alteração do humor, diminuição de interesse por atividades que antes davam prazer, alteração do sono e apetite, além de alteração da memória e concentração.

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Quais são as reações mais comuns diante de um familiar depressivo?

Tentar ajudar um familiar depressivo é um verdadeiro desafio e duas reações opostas são muito comuns: a de superproteção e a de desistência.

Superproteção

Consideramos como superproteção quando se quer assumir o tratamento, tentando controlar toda reação do paciente além de impor algumas crenças sobre a recuperação nem sempre adequadas ao tratamento.

Isso pode além de dificultar a reabilitação do familiar depressivo, não o deixando enfrentar as situações do dia a dia, mas pode também levá-lo a ter sentimento de fracasso quando não consegue realizar as atividades sugeridas pelo acompanhante.

Um exemplo é dizer que a Depressão melhora se sair de casa e ir encontrar os amigos. No entanto, a dificuldade é justamente sair de casa ou ter vontade de encontrar pessoas, e ao sentir que não consegue fazer isso, o paciente se vê fracassado, piorando a depressão.

Nesses casos, o familiar depressivo acaba regredindo mais ainda, tornando-se totalmente dependente da outra pessoa, não conseguindo decidir ou enfrentar a recuperação por si mesmo.

Desistência

A desistência ocorre muitas vezes quando o familiar sente que já fez de tudo o que era possível e que não tem mais jeito, perdendo a paciência por sentir inércia do familiar depressivo diante o seu tratamento. Com isso, o apoio àquele paciente vai sendo deixado de lado, dificultando o processo de recuperação da doença.

O importante então é tentar manter o equilíbrio entre esses dois pontos para lidar com uma pessoa depressiva, pois ele precisa de apoio e monitoramento além de se sentir livre e forte com autonomia para dar os próprios passos.

Se você perceber que está perdendo esse ‘caminho do meio’, procure uma orientação profissional para não ficar pesado de mais. Além de tudo o que dissemos anteriormente, o mais importante é você estar bem para ajudar o familiar depressivo.

Como ajudar o familiar depressivo?

Não existe uma receita pronta para lidar com familiar depressivo, mas existem algumas orientações que podem auxiliar nesse processo, tornando a ajuda mais efetiva. Dicas:

  1. Aceitem a possibilidade do seu familiar estar com DEPRESSÃO.
  2. Tente ajudar o familiar a manter uma rotina minimamente saudável. Acordar no horário correto, se alimentar nos horários corretos e tomar banho e higienizar.
  3. Não obrigue o paciente, mas seja insistente na medida certa.
  4. Esteja aberto a escutar mais e falar menos. A visão do depressivo obrigatoriamente estará distorcida, com idéias controversas e pessimistas. Mas nesse momento não ajudará em nada discutir os detalhes.
  5. Não leve receitas prontas como “se exercite todo dia que o humor vai melhorar” ou “sai com os amigos para se divertir”. A DEPRESSÃO é uma doença que incapacita o paciente a realizar coisas boas da vida. Se conseguisse fazê-los, não estaria depressivo. Essas sugestões acabam se tornando mais um peso e mais um fracasso ao paciente.
  6. Tente levar o paciente a alguma ajuda profissional. Pode ser uma ajuda espiritual, ajuda de algum terapeuta que não psicológico, mas o importante é dar o início a um processo de melhora.

Você tem um papel muito importante

Se você está lendo este texto, é porque está justamente procurando a melhor forma para lidar e ajudar o seu familiar. Esse é um ato extremamente altruísta e estamos orgulhosos de você. Ajudar quem está doente e depressivo pode ser muitas vezes pesado, mas é gratificante e nos faz sentir pleno e satisfeito. 

Lembre-se também de você e do seu autocuidado, reforçando sempre que você também é um ser que tem necessidades, angústias e tristezas. Seja forte, mas saiba quando pedir ajuda também.

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Dr. Thomas Ito
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Dr. Thomas Katsuo Ito

Psiquiatra formado pela USP, colaborador do IPq – HC FMUSP e do consulado Japonês, psiquiatra transcultural referência em atendimento em japonês da Escola Japonesa do Brasil e Hospital Santa Cruz, presidente da Comissão de Ética do Pronto Socorro João Catarin Mezzomo e docente da pós graduação do CEFATEF e da Uni São Paulo.

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Psiquiatra formado pela USP, colaborador do IPq – HC FMUSP e do consulado Japonês, psiquiatra transcultural referência em atendimento em japonês da Escola Japonesa do Brasil e Hospital Santa Cruz, presidente da Comissão de Ética do Pronto Socorro João Catarin Mezzomo e docente da pós graduação do CEFATEF e da Uni São Paulo.

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