Compulsão Alimentar

Perceber uma ação compulsiva é o primeiro passo para buscar ajuda. Saiba mais sobre Transtorno da compulsão alimentar periódica, dicas para controlar e para melhorar a sua saúde física.

Como você lida com a comida?

O Transtorno da compulsão alimentar periódica caracteriza-se por episódios repetitivos com consumo de grandes quantidades de alimentos. Como resultado, tem-se a sensação de perda de controle.

Esses episódios podem ser seguidos por ações que tendem a compensar de forma não apropriada, por exemplo, como a indução de vômitos ou o abuso de laxantes.

Outros transtornos também podem apresentar aumento da ingestão de alimentos, mas apresentam diferenças entre si.

Por exemplo, ingerir petiscos com frequência é comum no distúrbio como Transtorno de Ansiedade e Transtorno Depressivo. No entanto, nesses casos, não há ingestão de grande quantidade em curto período de tempo até o ponto de ficar com náusea.

E na compulsão alimentar geralmente o episódio ocorre em ambiente com privacidade, por exemplo, durante a noite quando consegue ficar sozinha na cozinha.

O que esses transtornos têm em comum é o ato de comer não estar ligado à fome ou falta de nutriente, mas sim ao vazio emocional e carência afetiva.

O que é comportamento compulsivo?

O comportamento compulsivo é todo ato repetitivo sem controle, assim como o de dependência química. No geral, o gatilho é algum estresse emocional. Como resultado, vem o desejo de preencher ou aliviar essa dor psíquica, de preferência, de forma imediata.

As pessoas com baixa tolerância à frustração e mais impulsivas, tendem a sentir essa angústia psíquica com mais frequência e intensidade e acabam partindo para mecanismos de compensação imediata e de fácil acesso. Como exemplo, podemos citar o uso de drogas, sexo, uso de internet, fuga no trabalho, fuga no sono e a fuga na alimentação.

Logo após o comportamento compensatório patológico, como o prazer é fugaz e momentâneo, vem o sentimento de culpa por não ter resistido e a sensação de fracasso.

Essa sensação ruim desencadeia a necessidade de alívio, tornando-se um gatilho para o ciclo vicioso.

Assim, não adianta tratar somente a consequência, seja comida, droga, sexo, compras ou qualquer outro prazer imediato compulsivo, é preciso que acesse as emoções de forma saudável para não gerar gatilhos para a compulsão.

Uma cirurgia bariátrica, por exemplo, terá grande chance de insucesso se não tratar o comportamento que levou à obesidade. A pessoa pode passar a ter outras compulsões, como por álcool ou compras, ou, ainda, entrar em crise de ansiedade ou depressão.

Acesse o nosso teste online para avaliar sua compulsão alimentar.  

Como tratar a compulsão alimentar?

O tratamento para compulsão alimentar tem uma abordagem multidisciplinar e de longa duração.

Um fármaco, uma dieta, uma terapia psicodinâmica ou qualquer outro cuidado ISOLADO não trarão bons resultados. Portanto, é necessário o envolvimento de diferentes profissionais, ao mesmo tempo, para poder sair desse curto circuito.

Por ser um cuidado de longa duração, é importante sua manutenção com a abordagem com a qual a pessoa mais se adaptou. 

O objetivo é não ter o efeito sanfona, com melhora sem a manutenção.  

As 3 etapas do tratamento da compulsão alimentar:

1- Controlar o impulso e a compulsão com fármacos de bloqueio. Isso ajuda o paciente a conseguir pensar antes do ato e resistir em entrar no ciclo vicioso.

2- Tratar o fator emocional do gatilho, para poder lidar com a angústia e o estresse, além de tratar outros sintomas como ansiedade e depressão.

3- Diminuir a chance de entrar no ciclo de busca de prazer imediato e patológico e aumentar a chance de procurar atividades com prazer saudável. Pode-se indicar o uso de fármacos que auxiliam essa etapa do tratamento, reduzindo o prazer do vício e aumentar o prazer das outras atividades.

 

O que fazer durante o tratamento?

Durante o tratamento, faz-se necessário mudanças comportamentais e aumento do repertório de programas que despertem prazer e alegria. Essas estratégias completam o efeito do fármaco e auxiliam nos momentos de estresse do dia a dia.

Recaídas fazem parte do processo. Não tem como de repente mudar um padrão na forma de agir, só porque iniciou um tratamento com fármacos.

A recuperação se dará em etapas: Diminuiu a intensidade ou a frequência ou a sensibilidade pela gula. Dessa forma, o processo de recuperação avança até entrar na etapa de manutenção do cuidado.

A busca pelo prazer imediato é uma doença, assim como a busca pelo resultado imediato.

 

Vou perder peso com o tratamento da Compulsão?

Tratar a compulsão alimentar pode não significar perda de peso. A mudança na balança, em geral, acontece de acordo com que o organismo guarda e quanto gasta em energia no dia a dia.

Isso não tem relação direta com o quanto se come ou o quanto se faz de programas físicos. O organismo pode estar no ritmo de anabolismo, ou seja, está absorvendo muito o pouco que a pessoa come. E, pode também estar acostumado com o estilo de programas/exercício físico, tendo um gasto mínimo de calorias mesmo correndo horas por semana.

Assim, é necessário avaliar cada caso, para encontrar o fator que se mantém para o ganho ou a não-perda de peso. Não adianta, portanto, exigir uma dieta severa ou programas físicos rígidos para todos os pacientes, sem analisar todo o desempenho fisiológico do seu corpo.

Existem fármacos que podem ajudar a mudar esse ritmo de anabolismo para catabolismo, além de auxiliar no aumento da energia para gasto calórico.

Os endocrinologistas também usam, além dessas táticas, fármacos que interferem na absorção e reserva de açúcar em nível celular, sendo, portanto, vital o auxílio em conjunto para uma melhor resposta.

 

Como Autocontrolar a Compulsão Alimentar

    1. Tome um copo de água antes de comer qualquer coisa, muitas vezes a sede é confundida como fome;
    2. Tente pensar no motivo emocional para aquela “fome” e tente criar outras formas para aliviar essa sensação;
    3. Se não conseguir resistir e acabar comendo algo, mastigue bastante e tente saborear ao máximo o alimento ingerido;
    4. Congele em pedaços pequenos todas as comidas que podem gerar compulsão. Por exemplo, congele o chocolate em pedaços. Assim, será mais difícil para comer o pedaço, dando tempo para a crise de gula passar.

 

Dicas para perder peso

  1. Tente comer ao mínimo três tipos de alimentos em cada refeição além de sempre tomar líquido durante as refeições.
  2. Não se alimente sem sentir o gosto. Saboreie a comida e mastigue lentamente, em pequenas doses. Sempre largue os talheres entre as “garfadas”. Dessa forma, irá aumentar a saciedade.
  3. Não faça outras atividades durante as refeições. Isso causa perda no controle do quanto está comendo.
  4. Coma alimentos mais azedos como picles, limão, laranja, vinagre como tempero. Assim, diminuirá a fome exagerada.
  5. Inicie uma atividade física logo após o café da manhã. Isso aumenta a sua energia durante o dia.
  6. Reserve um tempo no final do dia para relaxar. Isso diminui a ansiedade, a frequência e quantidade de comida ingerida.

Confira em nosso Blog: 5 Dicas para Controlar a Compulsão Alimentar

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Caso você suspeite que tenha Transtorno da Compulsão Alimentar periódica e esteja difícil de superá-la sozinho, procure ajuda de um profissional da saúde mental. Os profissionais da Ito Psiquiatria são altamente capacitados para lhe auxiliar a enfrentar esse desafio com acolhimento e privacidade.

Equipe Ito Psiquiatria 

 

 

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Picture of Dr. Thomas Katsuo Ito

Dr. Thomas Katsuo Ito

Psiquiatra formado pela USP, colaborador do IPq – HC FMUSP e do consulado Japonês, psiquiatra transcultural referência em atendimento em japonês da Escola Japonesa do Brasil e Hospital Santa Cruz, presidente da Comissão de Ética do Pronto Socorro João Catarin Mezzomo e docente da pós graduação do CEFATEF e da Uni São Paulo.

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Dr. Thomas Katsuo Ito

Psiquiatra formado pela USP, colaborador do IPq – HC FMUSP e do consulado Japonês, psiquiatra transcultural referência em atendimento em japonês da Escola Japonesa do Brasil e Hospital Santa Cruz, presidente da Comissão de Ética do Pronto Socorro João Catarin Mezzomo e docente da pós graduação do CEFATEF e da Uni São Paulo.